PROJETO GRÁFICO, O PAPEL QUE VENDE

A revolução da informática teve impacto direto no projeto gráfico.

Em nossos dias, virtualmente qualquer pessoa que disponha de um editor de texto com algumas ferramentas básicas de diagramação pode elaborar seu projeto gráfico. Infelizmente, essas soluções caseiras na maioria das vezes arruinam o potencial de mercado de uma publicação comercial.

Os leitores estão acostumados a comprar publicações elaboradas por profissionais experientes em elaborar um design que comunique a niveis mais profundos a mensagem pretendida pelo autor. O processo de design de publicações requer sensibilidade ao imaginário e a capacidade de traduzir essa sensibilidade em formas e cores, adequando a tipologia e o uso do espaço ao conteúdo da publicação.

Tal sensibilidade se adquire com estudo, pesquisa e experiência: é um aprendizado que requer um conhecimento profundo dos processos de impressão. Uma publicação mal projetada dificulta a leitura, podendo mesmo inviabilizá-la; ou dar à publicação uma aparência feia e desequilibrada. Em ambos os casos, não importa a qualidade intrínseca da obra, ela vai ficar na prateleira. Isso, se chegar até lá.

A FONTE

A escolha da fonte é essencial. Uma fonte clara e legível torna a leitura prazeirosa e agradável. Não custa repetir o que designers e diagramdores experientes já sabem à exaustão: nada de inventar com fontes bonitinhas. Na hora de planejar seu projeto gráfico, opte pelas "confirmadas", pegue uns livros da estante e faça o teste: com ou sem serifa, as fontes mais usadas são a Arial, a Garamond e a Times New Roman. Por quê? Porque são as mais usadas, são os tipos aos quais nossos olhos estão mais acostumados, portanto lêem com mais facilidade.

Quanto ao tamanho, à excessão de casos em que o aproveitamento do papel se torna um fator determinante, para adultos o tamanho padrão fica entre 11 e 12 pontos. Para crianças, vai aumentando na proporção inversa da idade, indo de 12 a 14 pontos.

MARGENS E RESPIROS

Nunca esprema o texto como se fosse um tijolo: os olhos do leitor precisam descansar, e blocos de texto com respiro tornam a leitura uma tarefa menos árdua. Fora dos meios acadêmicos, muito poucas pessoas no Brasil têm o hábito da leitura, mas mesmo eles preferem uma paginação amigável que facilite a lembrança do ponto exato onde a leitura parou. Há um ponto de equilíbrio entre o desperdício de papel e o uso inteligente das margens e respiros. Observe o trabalho de diagramadores experientes e descobrirá que conforme o tipo da obra e seu conteúdo, a diagramação varia bastante.

A CAPA

Com tantas editoras competindo por tão poucos leitores, a capa torna-se elemento crucial na hora da venda. Tão crucial, que em recente pesquisa na Feira do Livro em Porto Alegre, 7 entre 10 pessoas responderam que sua escolha é influenciada pela capa. Se isso inclui livros técnicos, imagine nas obras de ficção ou na literatura infantil.

Uma boa capa é instigante, traz o título claro e visível e deve sempre buscar se destacar das demais. Não tenha medo das cores vibrantes ou de imagens impactantes, desde que adequadas ao teor e conteúdo da obra.

Há muitos anos atrás, um estudioso do design afirmou que a função do cartaz é ser um "escândalo visual". O mesmo pode-se aplicar à capa de um livro.

A seguir apresento um breve estudo de caso de um projeto gráfico que realizei recentemente:

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Publicado em 18/11/2008